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Estou Morrendo aos Poucos
Estou morrendo aos poucos, Sangrando em silêncio profundo. Ainda que na superfície da pele Não se revelem os cortes, Eles gritam na carne da alma. Encolhida num canto da sala, Busco não pensar, Não sentir, Não existir. Como será a vida agora, Onde até os teus defeitos Se tornaram saudade? Seria tão fácil enumerar tuas falhas, Ter mil razões para te esquecer... Mas então surge apenas uma, Tão única, tão fatal: A tua ausência pesa mais Do que todos os teus erros. Ando por essas ruas, Revisito lugares que guardam Ecos do que fomos. E sem você, Estou morrendo aos poucos, Sentindo a alegria Escorrer, Como areia fina Por entre os dedos — Irrecuperável, Silenciosa, Implacável. Eu estou de luto. Quase morta. E o que sobra de mim É só ausência, Vazio e lembrança.
Fabiana Ferreira Lopes
Enviado por Fabiana Ferreira Lopes em 27/05/2025
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